segunda-feira, 1 de junho de 2015

Rastros - por Isa Bandeira


Ao meditar sobre esta exposição penso que é necessário fazer uma distinção entre a arte africana tradicional e a arte africana contemporânea. A ideia de que a arte no continente africano é estática foge à realidade. A tradicional arte africana foi uma nomeação dada pelo colonizador, que está mais relacionada à vida cotidiana, porém não destituída de sentido estético. Vista como curiosidade, exótica e recheada de relatos de viajantes, que não compreendiam o que viam, foi sendo criada uma ideia de África distanciada da realidade.
No Brasil a arte contemporânea tem caminhado exuberante e, em relação ao continente irmão, a  Lei nº 10.639, de 2003 estabelece a obrigatoriedade da inclusão da temática “História e Cultura Afro-Brasileira” no currículo oficial da rede de ensino. Considerando todos esses fatores os artistas do Coletivo Colarta, Cristina Bastos, Francisco Edilberto, Irineu Ribeiro, Izabel Vidal, Kyria Oliveira e Penithencia, resolveram realizar esta exposição denominada RASTROS,  com o intuito de realçar aspectos da influência da cultura africana na cultura brasileira, em particular na capixaba.
Nesse sentido foram convidados os artistas africanos Carmen Muianga, Maimuna Adam e Nu Barreto, que despontam naquele continente e na Europa, para participar dessa exposição conjunta e fazer uma residência artística com  o Coletivo Colarta, de modo a promover um dialogo entre as duas culturas.
As obras de capixabas e africanos expostas se comunicam entre si na temática e na visão crítica, através de diversas linguagens artísticas, utilizando vários materiais apresentados em gravuras, instalações, objetos, fotografias e videoinstalação. Elas trazem as poéticas dos expositores, algumas lembrando escritores, historiadores e artistas famosos como Eric hobsbawm, Joseph Beuys, Joseph Ki-Zerbo e Paul Auster, além da princesa africana Zacimba Gaba, escravizada e violentada no Brasil. Todos os artistas tiram de suas entranhas lembranças do passado e do presente, traduzindo em suas obras os mais diversos pontos de reflexão sobre os rastros que unem África e Brasil, no povo capixaba.
Isa Bandeira

Rastros - Uma experiência entre Brasil e África



O projeto Rastros é uma iniciativa do coletivo Colarta em parceria com a Prefeitura de Vitória e a empresa Vale. É comum, quando se fala em arte africana, pensarmos em um África unificada e tribal, a  proposta do projeto é abordar a arte afro-brasileira com uma abordagem contemporânea, sem perder de vista o passado, mas consciente do presente.




O projeto internacional tem curadoria de Isa Bandeira e é composto pelos artistas: Cristina Bastos, Francisco Edilberto, Irineu Ribeiro, Izabel Vidal, Kyria Oliveira e Penithencia, do Brasil. E os artistas: Carmem Muianga e Maimuna Adam de Moçambique, Nú Barreto de Guiné-Bissau. Os Rastros entre Brasil e África estão sendo construídos há quase dois anos e resultaram na residência artística em Vitória - ES.

Izabel Vidal


Kyria Oliveira

Maimuna Adam

Antonio Osório - cineasta português que veio fazer um documentário sobre Nú Barreto

Nú Barreto, Francisco Edilberto e Carmem Muianga

Isa Bandeira e Penithencia

Cristina Bastos

Monica Musoni (cineasta) Irineu Ribeiro e Alex Cepille (Quórum)




quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Depois de bem sucedidas exposições estamos com um novo projeto expositivo, intitulado RASTROS.

 
"Rastros" é  uma exposição de arte contemporânea que inclui trabalho de artistas capixabas do Coletivo Arte e Ação –Coletivo Colarta convidados, Maimuna Adam, Nú Barreto e Berry Bickle, de países da África, curadoria de Isa Bandeira, produção executiva de Aline Yasmim e assessoria de imprensa de Vitor Graize, no Museu Capixaba do Negro - MUCANE, "Verônica da Pas", Vitória, no período de maio a agosto de 2015.
 Este projeto visa resgatar e evidenciar os indícios da cultura afrodescendente que se estendem até os dias de hoje no Brasil, e que no passado constituíram a principal força da economia colonial do estado do Espírito Santo.

"Rastros" is a contemporary art exhibition, including artists from the "Coletivo Arte e Ação - Coletivo Colarta" in Espírito Santo and guests, Maimuna Adam, Nú Barreto and Berry Bickle, from African countries, curated by Isa Baneira, executive production by Aline Yasmim and press relations by Vitor Graize, in Museu Capixaba do Negro - MUCANE, "Verônica da Pas", Vitória, during May and August 2015.
The project aims to retrieve and show evidence of afrodescendent culture that extends until today in Brasil, and which in the past constituited a principal force in the colonial economy of the state of Espírito Santo.